Resenha: "Os Instrumentos Mortais: Cidade do Fogo Celestial", Cassandra Clare

Autora: Cassandra Clare 

Editora: Galera Record
Titulo Original: City of Heavenly Fire
Gênero: Aventura / Fantasia / Jovem adulto / Literatura Estrangeira
Páginas: 532
Ano: 2014
Sinopse: ERCHOMAI, Sebastian disse. Estou chegando. 
Escuridão retorna ao mundo dos Caçadores de Sombras. Enquanto seu povo se estilhaça, Clary, Jace, Simon e seus amigos devem se unir para lutar com o pior Nephilim que eles já encararam: o próprio irmão de Clary. Ninguém no mundo pode detê-lo deve a jornada deles para outro mundo ser a resposta? Vidas serão perdidas, amor será sacrificado, e o mundo mudará no sexto e último capítulo da saga Os Instrumentos Mortais. 


 Com o desfecho em Cidade das Almas Perdidas, onde Sebastian deixa uma mensagem bem ameaçadora aos Caçadores de Sombras, "ERCHOMAI", que significa "Estou chegando". Todos ficam aflitos. 
A narrativa se inicia com os ataques de Sebastian e seu novo e recém formado exército de Crepusculares - Caçadores das Sombras que beberam o sangue de Lilith - atacando vários Institutos e transformando os Caçadores em Crepusculares, consequentemente, matando os que não serviam. Em especial, temos o Instituto de Los Angeles, onde conhecemos Emma Carstairs, uma jovem caçadora das sombras, bem destemida para sua idade e seu melhor amigo, Julian Blackthorn, que foram criados e treinados desde a infância juntos. O que os dois não imaginavam, era que iriam presenciar a destruição do Instituto, que era o lar deles. Assustados, tentam se salvar e salvar os irmãos mais novos de Julian. Eles contatam a Clave e conseguem fugir para Ídris.

E agora uma única palavra: VENI. Cheguei.

Após os ataques aos Institutos, a Clave informa que todos os Caçadores das Sobras devem voltar a Ídris para se protegerem de ataques futuros. Porém, não será suficiente. Com os caçadores em Alicante ou não, eles não tem ideia do poder que vem de Sebastian e seus Crepusculares.
Sebastian sempre tem uma tacada na ponta da manga e conta com uma aliança muito poderosa e que a Clave e os caçadores não fazem ideia. 
Com toda desordem e agitação que está ao redor de todos os Caçadores das Sombras, Sebastian usa seus truques maldosos para ameaçar os membros do Submundo, deixando bem claro que o lado dele será o vencedor e, caso não o ajudem, também serão eliminados junto com o restante dos caçadores. O que gera uma grande divergência entre eles, resultando em dúvidas, traições, batalhas sangrentas e muitas mortes.
 

Algumas vezes é necessário perder tudo para se ganhar de novo, e a reconquista é mais doce sobre a dor da perda.

 Em meio ao caos, Clary e Jace estão bem a medida do possível, o amor continua mais forte a cada dia, porém o fogo celestial habita ainda nas veias de Jace e ele ainda não tem qualquer controle sobre o fogo celestial, o que o impede de tocar Clary sem machucá-la.
Já Simon e Izzy, ainda não decidiram o que são, namorados, amantes, simplesmente ainda não se declararam um para o outro, mas os sentimentos só aumentam. Alec, sofre pelo fim do namoro com Magnus, mas tenta focar sua mente no presente e ajudar com toda sua força e determinação a defender sua raça do exército Maligno. Maia e Jordan, passam por um momento estranho na relação, mas ambos seguem ignorando o clima  até que um ocorrido muda tudo. 

[...] Mas sinto que sempre que temos que lutar, estamos lutando uma guerra em duas frentes. Combatemos o inimigo e também combatemos a Clave. Eu não... Simplesmente não sei mais como me sinto.

Jace sorriu docemente para ele através da fogueira.
- Rebelde - falou.

A situação dos Caçadores das Sombras só piora, porém os eles não conseguem a ajuda da Clave e mais uma vez, acabam agindo por conta própria. Clary, Jace, Alec, Izzy e Simon se colocam no meio do perigo, vivendo uma jornada perigosa em um local demoníaco, onde seus maiores medos e pesadelos se tornam reais. Indo de encontro ao perigo, nossos personagens queridos se arriscam para tentar impedir uma Guerra Maligna, entretanto, Sebastian não brinca em trabalho. Nossos personagens vivem uma busca agonizante para salvar o futuro dos Caçadores das Sombras, porém, algumas decisões geram o derramamento de sangue inocente.

Se aquilo era paz e vitória, pensou Emma, talvez guerra e luta fossem melhores, afinal.

O que falar desse livro? Confesso que comecei a leitura com um ar triste, sabendo que era o final dessa série que amei desde o primeiro momento em Cidade dos Ossos. A cada virada de página, a tensão só aumentava, a curiosidade me fazia ler freneticamente e o coração disparava a cada revelação e surpresa conforme os fatos se desenrolavam. Senti uma angustia tão grande com as perdas e uma alegria imensa com as vitórias. Vemos os personagens principais mais maduros, mais fortes, mais determinados e principalmente, unidos. E, não posso deixar de citar Sebastian Morgenstern. Ele foi o vilão mais cruel e monstruoso da série. Com seus instintos psicopatas e sua obsessão por Clary - que não é nada normal - e seu desejo por aniquilar todos da face da terra e reinar em um mundo demoníaco, só o fazem mais cruel ainda. Sebastian não sabe amar, não aprendeu e nem viveu esse sentimento. Para ele, amar é obter algo para si e esse algo é Clary. Ele deseja que ela o aceite - como amante e como irmão. Bem doentio, por sinal.

Sebastian fez o que fez porque não sabe a diferença entre amar e ter. Entre se doar e tomar. Ele acha que se conseguisse me obrigar a me doar, ele me teria, eu seria dele, e, para ele, isso é amor, porque ele não conhece mais nada.

Mesmo com toda crueldade que vem dele, as mentiras, as torturas e toda a matança de personagens que deixaram saudades, e claro,  o desejos absurdos de ter Clary para si, Sebastian  foi um personagem que mexeu comigo, de verdade. Digo, se não fosse o sangue demoníaco em suas veias, talvez ele fosse um cara legal, haha. E em relação ao seu desfecho da história, só me deixou mais ainda com esse sentimento de que, se Valentim não tivesse feitos aquele maldito experimento nele, com certeza, tudo seria diferente. Digo que, em relação ao final dele, fiquei emocionalmente abalada.  

[...] e chorou por ela mesma e pelas mudanças que aconteceram dentro dela, pois às vezes mesmo mudanças para melhor se assemelhavam um pouco à morte.

E cada vez que uma página era virada e que se finalizava um capítulo, mais meu coração apertava. A cada acontecimento no decorrer dos últimos capítulos, mais eu ficava com medo de não gostar do final. Algo chocante acontece nos capítulos finais, que deixou um medo absurdo de que tudo ia dar errado e que eu ao invés de ficar feliz, iria ficar muito irritada. O medo bateu, porém Cassandra Clare conseguiu - mais uma vez - me surpreender com sua mente brilhante. Ela escreveu uma sequência de seis livros e os seis livros, todos, foram maravilhosamente perfeitos. Ela ganhou mais uma fã. Estou obcecada por ela e por suas obras. Não tem como ler e não amar esse mundo das sombras que ela criou.

Somos todos parte do que nos lembramos. Guardamos em nós as esperanças e os medos daqueles que nos amam. Contanto que exista amor e lembrança, não existira perda de fato. 

  
Depois de tanta angustia, suspiros e muitas e muitas lágrimas nos olhos, eu finalizei essa série de livros com um sorriso bobo nos lábios e uma saudade absurda desses personagens, que por alguns meses, se tornaram parte da minha vida - e continuarão fazendo por muito tempo. Clary, Jace, Simon, Izzy, Alec, Magnus, Jordan, Maia, Luke, Jocelyn, Irmão Zacharias, Emma, Julian... Sebastian e tantos outros personagens queridos estão no meu coração. Só tenho gratidão e admiração pelo trabalho maravilhoso que Cassandra Clare apresentou para o mundo. Uma história que me marcou de todas as formar possíveis. Impossível de esquecer.