Resenha: Los Angeles - Marian Keyes


 Los Angeles

Autora: Marian Keyes
Editora: Bertrand Brasil
Título Original: Angels
Páginas: 490
Ano: 2002
Sinopse: Los Angeles - Maggie sempre foi uma anjinha, a cria mais certinha da complicada (e engraçadíssima) família Walsh... até se cansar de andar na linha e mandar todas as regras que a prendiam a um dia-a-dia em sal (e muito menos açúcar) às favas - a começar pelo casamento (que, para o bem da verdade, nunca havia realmente engrenado) e o trabalho bitolante numa firma de advocacia. Ao largar essa vida em preto e branco no passado, Maggie decide se mandar para o lugar onde a realidade promete ser em Technicolor - Hollywood, claro! Terra do glamour, da liberdade, da beleza (até as palmeiras das calçadas são magras), da luxúria e, obviamente, da diversão!

Los Angeles é o 3º livro da família Walsh, que conta a história da irmã mais “certinha”, Maggie Walsh. Eu particularmente deixei a história dela por último, justamente pelo fato de ela ser a personagem mais sem graça das irmãs Walsh, mas Marian Keyes me enganou direitinho!! E pelo contrário, julgo que esse livro é o meu preferido das irmãs. (Paguei a minha língua!! Haha) Não é novidade o meu imenso amor pelas histórias da Marian, mas eu hesitei bastante para começar ler esse livro. O que foi uma tremenda idiotice, já que o livro é fantástico!

Maggie Walsh é conhecida por ser a mais certinha da família: por sempre tirar as boas notas, por não beber até cair em coma alcóolico, por ter casado com o “primeiro namorado”, por ter um ótimo emprego, etc, etc... Mas acaba surpreendendo todos da família aparecendo na casa dos pais informando que iria se separar de Garv – seu marido. Além de descobrir que seu marido estava tendo um caso com alguma rapariga (palavra usada por ela mesma, haha), ela acaba perdendo o emprego por falta de concentração, já que sua vida virou de ponta cabeça. Não aguentando o choque de mamãe Walsh por ter mais uma filha separada, a indignação das suas irmãs e pai, pois eles achavam que eles eram o tipo de casal perfeito, Maggie acaba aceitando a proposta da sua amiga Emily de passar um tempo com ela em Los Angeles. Nesse tempo, ela poderia esfriar a cabeça e decidir o que seria da sua vida, do seu casamento e descobrir até mesmo sobre si mesma.   

"Senti como se eu estivesse caindo, e pareceu que eu ia continuar caindo para sempre. Então, de repente, eu freei. A música havia parado, o fim chegara e eu já não conseguia mais ir em frente."

Ao chegar em Los Angeles e se hospedar na casa de Emily – que é uma roteirista muito esforçada que vivi atrás de alguma produtora que queira comprar seu roteiro e transforma-lo em um sucesso de bilheteria, coisa que não está sendo fácil –, Maggie se deparar com sol, praia e surfistas lindos e tem a absoluta certeza que irá se recuperar rapidinho. A partir daí, Maggie começa fazer coisas que jamais imaginou que um dia iria fazer, junto com Emily, ela acaba frequentando lugares luxuosos, conhecendo pessoas famosas, gastando seu dinheiro compulsivamente em roupas, cortes de cabelos hilários, sapatos e entre tantas coisas que Hollywood pode oferecer.

“Eu era uma mulher do mundo, muito vivida, tentei convencer a mim mesma.” 
Maggie é uma personagem totalmente sensível e sensata que cansou de ser enxergada como a pessoa certinha e feliz que todos idealizavam. Conforme eu ia lendo o livro, pude perceber o mar de angustias que a personagem passou no decorrer da vida – filhos, família e marido –, como alguns dos livros da Marian, a autora colocou uns flashs de momentos passados da vida de Maggie, onde podemos conhecer mais de seus relacionamentos passados, sobre seu casamento e o real motivo de seu casamento ter entrado em crise. De longe, não imaginava que Maggie iria me cativar desse jeito. A personagem mostra um pouco de depressão no decorrer da história – pelo fato de ter se separado de Garv –, mas em meio à tanta tristeza, raiva e indignação pelas coisas estarem do jeito que estão, Maggie mesmo pra baixo é divertida de uma forma espontânea e em vários momentos me senti tão envolvida com a personagem, que até me senti amiga dela. A mudança da personagem é tããão visível no decorrer da história, suas experiências vividas em Los Angeles só mostram isso, a mulher reservada e contida, acaba se revelando uma pessoa – que por falta de oportunidade e por ter se casado tão nova – que não liga para o que as pessoas irão pensar se ela beijar uma mulher loira e linda e, muito menos se saísse com um produtor sexy que não iria ligar pra ela no dia seguinte.

“Quem poderia imaginar? Emily tinha motivos para se preocupar comigo: eu estava totalmente descontrolada.” 
  Além da divertidíssima Maggie, temos a família Walsh, que invade o livro – e Los Angeles, atrás de férias cheia de sol e Disneylândia!! – de uma forma descontraída e muito engraçada, Anna, Helen, mamãe e papai Walsh só deixam o livro mais delicioso de ler. Cheio de personagens bem criados, como Lara, Troy, os Cavanhaques Boys (vizinhos de Emily), Mike e Charmaine (vizinhos do outro lado), que enchem a vida de Maggie de momentos constrangedores, hilários e só deixam o livro mais saboroso a cada virada de página.

- Oi, Anna – disse eu, falando bem depressa e com ar alegre, para escapar da pena e do constrangimento dela. Já aturara muito daquilo por um dia. – Obrigada por ligar, mas eu já soube de tudo a respeito de Garv e da namorada que ele arranjou.                                                                                     - O quê?!- Já sei de tudo sobre ele e a garota. Mamãe, papai, e Helen já ligaram para me contar. Por que você demorou tanto?- Garv arrumou uma NAMORADA? – Ela parecia chocada.- Você não sabia...?- Não.- Oh. – Eu devia ter imaginado, porque Anna nunca fora a mais ligada da família. – Mas por que está me ligando?Houve um silêncio e em seguida ela inspirou com força.- Bati com seu carro.  

Pra concluir, Maggie vivi uma jornada inesquecível em Los Angeles, cheias de descobertas, aventuras e experiências que nunca tivera oportunidade de vivenciar, mas não dá pra levar a vida apenas de sol, praia e envolvimentos com estrelas de Hollywood. O amor bate à porta e ela tem que se decidir se deixa ele entrar, ou se deixa ele retornar

"É como ele sempre diz: as estrelas estão sempre lá, mesmo durante o dia. Nós é que nem sempre conseguimos vê-las." 

Uma história absolutamente cativante do começo ao fim, engraçada, apaixonante e comovente. Não tem como não se apaixonar pelos personagens envolvidos, é simplesmente uma delícia de livro.  Mais um para lista de livros favoritos! Obrigada Marian Keyes, por me fazer se apaixonar cada vez mais por suas histórias.


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