Resenha: Charlotte Street

Autor: Danny Wallace
Sinopse: Eu estava parado na esquina da Charlotte Street quando aconteceu. Havia uma garota atrapalhada com a porta do táxi e as suas sacolas. E não se por que, mas perguntei se precisava de ajuda. E ela sorriu para mim. Um sorriso inacreditável. De repente, sinto toda a masculinidade e confiança como um faz-tudo que sabe exatamente qual prego comprar, e seguro seus pacotes e algumas de suas sacolas, e ela está dizendo “obrigada” e então... acontece aquele momento. E me pareceu um começo. Mas o motorista estava impaciente, e acho que nós erámos muito britânicos para dizer qualquer coisa... a não ser aquele “obrigado” e dar um sorriso novamente. Ela fechou a porta e vi o táxi partir e, no chão, atrás dele, a esperança se arrastando para longe. Então olhei para baixo. Eu tinha algo em minhas mãos. Uma caixa de plástico pequena. Li as palavras impressas na frente. Câmera Descartável 35 mm

Vou ser sincera com vocês, Charlotte Street me surpreendeu. Tudo começou quando eu entrei no site da editora Novo Conceito para ver alguns livros para pedir de presente de aniversário... Acabou que vi a capa e pensei: “Meu Deus, que capa lindaaaaa!” e foi exatamente isso, me apaixonei pela capa sem saber a história. Só depois que li a sinopse e, de verdade, me apaixonei pelo conjunto inteiro. Quando comecei a leitura eu já gostei, pois sou do tipo que gosta do livro em primeira pessoa e o modo como o autor escreveu o livro, tipo uma conversa com o personagem e o leitor que está lendo e isso, foi legal da parte do Wallace de fazer essa conversa entre o leitor e o personagem, porque a gente acaba se sentindo fazendo parte da história. O livro conta a história do Jason Priestley (não, não é o famoso ator de Barrados no Baile), ele tem 32 anos e mora em cima da loja de vídeo game Power Up! com seu amigo e dono da loja, Dev (totalmente estranho, engraçado e viciado em jogos antigos). Eles moram ao lado de um lugar que todo mundo pensa ser um bordel, mas não é. Desistiu de ser professor por causa de um trauma e resolveu seguir seus sonhos de ser jornalista depois que sua namorada Sarah o deixou para ficar com Gary. Agora, Jason é freelance e escreve críticas de restaurantes baratos e filmes horríveis em um jornal gratuito que entregam no metrô por toda a Londres, onde em seu ver, ninguém lê. Foi então, parado na Charlotte Street onde tudo aconteceu.Ele a viu. Uma garota com um casaco azul e sapatos bonitos toda atrapalhada brigando com a porta do táxi e com um monte de sacolas na mão. Jason não soube dizer por que, mas sentiu que tinha que ajudá-la. Com apenas um sorriso e um simples “obrigada” ele sentiu que havia acontecido alguma coisa. Com A garota dentro do táxi e toda a sua esperança partindo com ela, Jason percebe que ficou com algo da garota. Uma câmara descartável e, é ai que tudo começa.
Com a ajuda do Dev (e somente por causa dele), eles resolvem revelar as fotos da câmera e assim, eles começam a caçar informações sobre A garota baseado nos lugares em que foram tiradas as fotos. Com a ajuda dos personagens (que sério, salvaram a história) (não que eu não goste do Jason) Dev, Matt (seu ex-aluno) e a Abbey (totalmente louquinha e estilosa com seu delineador azul e claro, minha personagem preferida), eles ajudam nessa busca por informações sobre A garota.
Uma coisa interessante do livro é que em alguns finais de capítulo, havia posts da garota, era um blog onde ela citava sobre alguns ocorridos da sua vida pessoal. E em alguns deles, ela aparentava ter várias afinidades com Jason. E isso me fazia ficar cada vez mais irritada com a falta de informação e esse suspense todo relacionado a tal garota. Uma das afinidades é a Banda AC/DC e um famoso programa britânico Come Dine with Me, que os dois citaram que gostavam. E o fato que me tocou e me deixou tipo “Ai, que lindos!” e “Eles são perfeitos um pro outro!” é uma parte do livro onde Jason está lendo recados no jornal onde ele trabalha na coluna “Eu Vi Você” onde pessoas deixando um recado para pessoas que não se conhecem e tem o famoso “Amor à primeira vista”, que por sinal, ele também deixou um recadinho...
Jason: “Eu vi você. Você não se segurava nas alças do trem. Fiquei esperando que o trem balançasse e você caísse em mim. Mas não.” Eu sorri. Esses pequenos momentos, nunca ditos em voz alta, tão estruturados e perfeitos quanto pequenos e doces haicais, romantismo e desejo cravados na poeira de uma cidade imunda.
A garota: “Eu vi você. Você não se segurava nas alças do trem. Fiquei esperando que o trem balançasse e você caísse em mim. Mas não.”  Em um primeiro momento, eu sorri e virei a página [...]Mas eu me pergunto se aquele homem sentiu que estava se arriscando, no dia em que escreveu a garota que não se segurava nas alças do trem. Eu me pergunto se seu coração bateu mais forte com as possibilidades que ele esperava que fossem abertas. Porque não é ser escolhido, ser considerado especial, ser necessário para alguém em algum lugar, quer nós o conhecemos ou não, não é o que realmente queremos?

Pessoal, eu realmente ficaria muito feliz se o autor fizesse um livro com os pensamentos da garota... 
Enfim, como já disse anteriormente, o livro é surpreendente, quer dizer, tem um final surpreendente. Nada de extravagâncias e com um final cheios de clichês. O final é realista, um final que poderia ter realmente acontecido. E foi isso que me fez gostar mais ainda do livro. Agora, se você quer saber se o Jason descobriu quem é a garota, ou se ele fica com ela no final, é simples, leia Charlotte Street! *-*

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